A cidade dividida

O sol descia sobre os prédios da Baixa. As pessoas atravessavam as ruas apressadas, os autocarros buzinavam, e o cheiro de amendoim torrado vinha das esquinas. Mário e o Professor Mahlemba caminhavam devagar, observando o movimento.

“Professor,” começou Mário, “por que a cidade parece tão diferente de um bairro para outro?

Em poucos minutos de carro, passamos do cimento ao caniço, da luz ao escuro.”

Mahlemba respirou fundo. “Porque foi assim que ela nasceu, Mário.

Entre os anos 1910 e 1940, Lourenço Marques foi planejada para dividir.

A cidade de cimento era o centro — luz, asfalto, escola, hospital.

A cidade de caniço era o limite — areia, distância e esquecimento.

Não foi por acaso: foi política.”

“Política?” perguntou Mário.

“Sim,” respondeu o professor. “O espaço urbano foi desenhado como uma fronteira social.

As casas próximas do mar eram reservadas aos colonos; os africanos viviam afastados, em zonas chamadas de ‘indígenas’. Até o vento parecia obedecer a essa hierarquia: aqui vinha a brisa do Índico; lá, o pó e o fumo.”

Mário olhou em volta. “Mas, professor, se essa estrutura era tão injusta, por que ainda hoje parece existir?”

Mahlemba sorriu com amargura. “Porque o mapa da cidade nunca mudou dentro das pessoas. Mesmo depois da independência, muitos carregaram o mesmo olhar: o centro como progresso, a periferia como atraso. A cidade física foi unida, mas a cidade mental continua dividida.”

“Então o desafio é reconstruir o olhar,” disse Mário.

“Exatamente,” respondeu Mahlemba. “A verdadeira independência começa quando o filho do caniço acredita que tem o mesmo valor que o filho do cimento — e age com a mesma confiança. O dia em que isso for natural, teremos finalmente uma só cidade.”

Mário ficou a observar as pessoas que passavam, vindas de todas as direções.

“Talvez o futuro esteja nas esquinas onde esses mundos se cruzam.”

Mahlemba assentiu. “É ali, Mário — nas esquinas — que as cidades se reinventam.”

Mensagem final: As cidades foram desenhadas para separar, mas são vividas para unir. E quando cada bairro reconhecer o valor do outro, a nação finalmente encontrará o seu centro.

Com base nesse texto me dá uma foto que retrate o texto adicionei as fotos da cidade da baixa para facilitar no cenário 

The Flavor That Delights
Make your shopping easier.
YOUR SUPPLIER
NATURALLY HEALTHY
IHAPARI ACADEMY
Digital TV
NATIONAL SPORT
Mozambican Music

A cidade dividida

Episode 15 – The Forgotten Resistances

Episode 14 – “The Continent Up for Auction”

Episode 14 – The Time of Contracts and Crosses

Chapter 51 – United by the Dream

Chapter 50 – The Power of Believing in Yourself