Capítulo 7 – Força para Levantar
As noites eram as mais difíceis. O frio era inimigo implacável, e a solidão, companheira silenciosa. Salimo encolhia-se em cantos escondidos, tentando enganar o corpo com sono, mas a fome não deixava descansar. Muitas vezes, perguntava a si mesmo se aquele era o fim da sua história.
No fundo, agarrava-se às lembranças da escola, dos cadernos, das palavras que tanto amara aprender. Repetia mentalmente algumas delas como se fossem mantras: “esperança, futuro, coragem.” Essas palavras eram o fio invisível que o mantinha de pé, mesmo quando tudo parecia perdido.
Havia dias em que a rua o esmagava. A indiferença das pessoas era um peso tão cruel quanto a fome. Um olhar de desprezo feria mais do que um empurrão. Mas, entre a dureza, havia também pequenos milagres: uma fruta deixada “sem querer” por uma vendedora, um pedaço de pão partilhado por outro menino, um sorriso raro de alguém que ainda via humanidade nele.
Salimo percebeu que cair não era o fim. Era apenas o ponto mais baixo, de onde poderia, com esforço, começar a levantar. A rua ensinava a dureza, mas também a resiliência. E dentro dele crescia a certeza de que aquele não seria o seu destino final.
Tu Podes: Cair não é o fim. É apenas o início da tua força para levantar.