Capítulo 44 – A Primeira Eclosão
Os dias seguintes foram de pura expectativa. Hamza ligava a incubadora, regulava a temperatura em torno dos 37,5 °C e mantinha a humidade constante. Todos os dias virava os ovos com cuidado, três vezes ao dia, para que o embrião não colasse à casca.
Salimo visitava-o sempre que podia. Olhava para as bandejas com ansiedade e perguntava:
— “Será que vão nascer?”
Hamza sorria:
— “Confia no processo. A incubação é como a vida: exige paciência.”
Na segunda semana, Hamza mostrou-lhe algo mágico: ao colocar uma lanterna atrás de um ovo, era possível ver pequenas veias vermelhas a pulsar.
— “Olha, Salimo! A vida já começou aqui dentro.”
Quando se aproximava o dia 21, a expectativa era quase insuportável. Até que, numa manhã, ouviu-se o primeiro piu abafado dentro da incubadora. Pequenas rachaduras apareceram nas cascas, e, uma a uma, começaram a surgir cabecinhas molhadas, ainda frágeis, mas cheias de energia.
Salimo ficou paralisado. Era a primeira vez que via pintos a nascer diante dos seus olhos. Sentiu-se pai, não apenas de aves, mas de um futuro inteiro que se abria.
Hamza contou 54 pintos viáveis daquele primeiro lote de 68 ovos. Nada mal para iniciantes.
— “Este é só o começo, irmão. Imagina quando multiplicarmos.”
Lição prática para o jovem leitor: a incubação exige disciplina — temperatura, humidade e viragem diária. Respeitar cada etapa aumenta o sucesso.
Tu Podes: Cada pinto que nasce é prova viva de que sonhos bem cuidados criam vida nova.