Capítulo 34 – O Pedido de Autorização
Na manhã seguinte àquela noite sem sono, Salimo acordou diferente. O corpo era o mesmo, mas a mente estava cheia de planos. Não queria esperar que os dias passassem em silêncio. Precisava começar, ainda que pequeno.
Mas havia uma questão que o incomodava: ele não estava sozinho. Vivia na casa da senhora que o acolhera, e não poderia iniciar nada sem antes conversar com ela. Respeito era o mínimo que devia oferecer a quem lhe abrira as portas quando ele não tinha nada.
Com o coração acelerado, esperou o momento certo. À hora do jantar, criou coragem:
— “Mãe… eu queria falar consigo. Ontem, quando fui à Quinta Nicy, vi que também posso aprender e começar algo. Será que posso usar um cantinho do quintal para criar algumas aves?”
A senhora pousou a colher devagar e olhou-o com surpresa. Não era comum ouvir jovens a pedir espaço para trabalhar em vez de pedir coisas para gastar.
— “Tu achas mesmo que consegues cuidar disso?” — perguntou.
Salimo respirou fundo. — “Não tenho muito, mas tenho vontade. Se me deixar tentar, prometo cuidar com responsabilidade.”
O silêncio da senhora durou segundos que pareceram horas. Até que, por fim, sorriu levemente:
— “Se o teu coração pede, então começa. Só não te esqueças: compromisso é tão importante quanto sonho.”
Tu Podes: Respeitar quem te apoia é o primeiro degrau para crescer com raízes firmes.