Capítulo 13 – Um Novo Teto
O caminho até à casa da senhora parecia curto, mas para Salimo foi uma travessia imensa. Cada passo misturava ansiedade e esperança. Não levava nada consigo, apenas o corpo magro, a roupa gasta e o desejo de recomeçar.
A casa era simples: paredes caiadas, telhado de zinco, um quintal pequeno com galinhas a ciscar. Mas, para quem vinha do frio do asfalto, parecia um palácio. O cheiro da comida quente vinda da cozinha enchia-lhe o peito como se fosse perfume raro.
A senhora mostrou-lhe onde podia dormir: um colchão gasto, mas limpo, num canto seguro. Para ele, era mais do que descanso — era dignidade. Ao deitar-se naquela noite, Salimo demorou a acreditar que não precisava lutar contra o vento gelado, nem disputar espaço num beco.
Os dias seguintes foram de adaptação. A senhora ensinou-lhe tarefas simples: varrer, carregar água, ajudar nas compras do mercado. Ele executava cada uma com dedicação, grato pela oportunidade. Havia comida, havia abrigo e, sobretudo, havia respeito.
Naquele lar modesto, Salimo percebeu que a vida podia oferecer uma segunda chance. Não era luxo, não era abundância — era segurança. E, sobre essa base, nascia a possibilidade de sonhar outra vez.
Tu Podes: Às vezes, um teto simples basta para transformar medo em esperança.