Capítulo 10 – A Centelha de Esperança
Apesar de toda a dureza, a rua não conseguiu apagar a centelha dentro de Salimo. Nos momentos mais sombrios, ele ainda encontrava razões para acreditar. Um sorriso raro de um estranho, a mão solidária de outro menino, ou até mesmo o simples amanhecer eram sinais de que ainda valia a pena continuar.
Houve uma noite em que, encolhido num canto, ouviu uma criança menor chorar de frio. Sem pensar muito, dividiu o pano velho que tinha consigo. O menino agradeceu com olhos marejados, e Salimo sentiu, pela primeira vez em muito tempo, que podia oferecer algo, mesmo tendo tão pouco. Aquilo deu-lhe uma força estranha: talvez sobreviver não fosse apenas resistir, mas também proteger a humanidade dentro de si.
Repetia mentalmente algumas palavras aprendidas na escola — “coragem, futuro, esperança”. Essas palavras eram como brasas que se recusavam a apagar-se no meio do vento. Cada vez que as recordava, parecia reacender uma chama.
A rua ensinava dureza, mas também revelava que, mesmo no lugar mais frio e escuro, pode nascer luz. Salimo começou a acreditar que sobreviver era só o primeiro passo. O verdadeiro desafio seria transformar aquela centelha em fogo capaz de iluminar o seu caminho.
Tu Podes: Mesmo na escuridão, basta uma centelha para começar a iluminar o futuro.