 
                    Capítulo 1 – Nascimento Invisível
Salimo nasceu numa madrugada silenciosa, sem festa, sem anúncio, sem registro no jornal. Apenas o choro frágil ecoou pela casa de barro, misturado ao cansaço de uma mãe que, apesar da pobreza, guardava no peito um brilho raro: esperança.
Ele não teve enxoval. As roupas eram doadas, o berço improvisado era uma caixa de madeira forrada com panos velhos. Ainda assim, havia algo de precioso no ar: cada vez que ela o embalava, sussurrava ao ouvido — “tu és maior do que este começo”.
Naquele bairro esquecido, onde a chuva invadia telhados e o sol queimava as paredes rachadas, crianças cresciam sem sonhos porque lhes ensinaram que sonhar era perda de tempo. Mas havia algo diferente em Salimo. Ainda pequeno, seus olhos não se contentavam em olhar para baixo, para o chão batido. Ele sempre olhava para frente, como se procurasse horizontes que ninguém mais via.
Era invisível para quase todos. Não havia visitas na maternidade, nem bolo no primeiro aniversário, nem brinquedos caros. Mas, no silêncio das madrugadas, a mãe acreditava. E esse acreditar foi a primeira herança que Salimo receberia.
Porque, às vezes, o que muda um destino não é a riqueza em que se nasce, mas a força de quem nos ensina a acreditar antes mesmo de sabermos andar.
Tu Podes: Não importa se o teu começo foi pequeno ou invisível. O que conta é a visão que carregas dentro de ti. É ela que te fará ser visto pelo mundo.
 
								 
								 
								 
								 
								 
								 
								 
								 
															 
															