Capítulo 40 – A Capoeira com Materiais Locais
A rede já estava montada: Salimo com as galinhas, Hamza com a incubadora, Beto com o quintal para a engorda e Fito pronto para as entregas. Faltava apenas uma peça para que tudo funcionasse: a capoeira.
Salimo tinha juntado algumas moedas com pequenos serviços que fazia, mas não era o suficiente para erguer uma estrutura. Ao ver a sua determinação, a senhora que o acolhera chamou-o: — “Salimo, tu tens uma chama nos olhos. Vou emprestar-te o que falta para construíres a tua capoeira. Paga devagar, o importante é começares.”
Com esse apoio e a criatividade de usar o que estava à mão, o sonho saiu do papel. Bambus cortados no mato serviram de estacas, pedaços de rede usada deram forma às paredes, e chapas velhas de zinco foram reaproveitadas para o telhado. Não havia luxo, mas havia funcionalidade.
Em poucos dias, a capoeira estava pronta: simples, arejada, com divisões improvisadas para poedeiras e um canto especial para os pintos que viriam. Quando terminou, Salimo olhou para aquela construção modesta e sentiu um arrepio: era mais do que madeira e chapa, era a primeira pedra do seu futuro.
Lição prática para o jovem leitor: não esperes condições perfeitas. Usa materiais locais, aceita ajuda de quem acredita em ti e ergue a primeira estrutura. O essencial é começar.
Tu Podes: Uma capoeira feita de bambu pode sustentar um sonho de ferro.
