Hoje, Josina Z. Machel celebra mais um ano de vida, uma data que marca não apenas o seu nascimento, mas também a resistência, a força e o compromisso de uma mulher que se tornou símbolo de luta contra a violência baseada no género em Moçambique e na região austral de África.
Nascida em Maputo em abril de 1976, Josina é filha de duas figuras históricas: o ex-presidente moçambicano Samora Machel e a ativista e ex-ministra da Educação, Graça Machel. O seu nome foi escolhido em homenagem à primeira esposa de Samora, a heroína nacional Josina Machel, como um tributo à sua bravura e luta pela emancipação da mulher moçambicana.
Aos dez anos, Josina enfrentou uma perda profunda com a morte do seu pai num controverso acidente aéreo. Mais tarde, com o casamento da sua mãe com Nelson Mandela, mudou-se para a África do Sul, tornando-se enteada do icónico líder sul-africano. Essa vivência entre líderes influentes moldou o seu olhar crítico e engajado sobre as questões sociais e políticas.
Com formação em Sociologia e Ciência Política pela Universidade da Cidade do Cabo e um mestrado pela London School of Economics, Josina sempre teve como foco temas relacionados à desigualdade e vulnerabilidade social. A sua dissertação, intitulada “AIDS: Doença da Pobreza ou do Patriarcado”, revelou desde cedo o seu interesse pelas intersecções entre género, saúde e poder.
Mas foi em 2015, após sobreviver a uma agressão brutal por parte do então companheiro, que Josina transformou dor em ação. O episódio, que resultou na perda de um dos seus olhos, marcou o início de uma nova fase: a fundação do Movimento Kuhluka — que significa “Renascido” em língua chope. Esta iniciativa oferece apoio a vítimas de violência doméstica e luta por um sistema judicial mais justo para mulheres sobreviventes.
Além do Kuhluka, Josina é cofundadora da Protect-Her-Life, uma seguradora voltada para proteção e assistência emergencial a mulheres em risco, e atua como curadora do Fundo Graça Machel e diretora do Centro de Documentação Samora Machel. Com passagens por instituições como o ABC Atlas Mara e o Instituto Zizile, ela continua a desempenhar um papel ativo na construção de uma sociedade mais equitativa.
Neste dia especial, celebramos a vida de Josina Z. Machel — uma mulher que, mesmo diante da dor, escolheu ser ponte, voz e refúgio para outras mulheres. A sua história é uma inspiração contínua para Moçambique e para o mundo.
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