O boxe moçambicano entra em uma nova fase com a decisão de Gabriel Júnior de não concorrer à reeleição como presidente da Federação Moçambicana de Boxe (FMB). Que assumiu a sua presidência em 2017 .Júnior encerra um ciclo marcado por 7 anos de conquistas e desafios, abrindo espaço para uma nova liderança.
Gabriel Júnior, em sua gestão à frente da FMB, desempenhou um papel crucial no crescimento e na popularização do boxe em Moçambique. Sob sua liderança, o país acumulou quase 100 medalhas em competições internacionais, um feito que elevou o status da nação no esporte. Além disso, o boxe moçambicano ganhou visibilidade sem precedentes, atraindo a atenção tanto em nível nacional quanto internacional.
Um dos pontos altos de sua administração foi a organização de importantes competições em solo moçambicano. Moçambique sediou eventos de renome, como o Campeonato Regional da Zona IV, realizado no pavilhão do Maxaquene, e o Campeonato Africano de Boxe, no pavilhão Gimnodesportivo da UEM. Essas competições não apenas promoveram o desenvolvimento do boxe local, mas também colocaram Moçambique no mapa do esporte continental.
Outro destaque da gestão de Gabriel Júnior foi a histórica performance dos pugilistas moçambicanos nos Jogos Olímpicos. Em Tóquio, Alcinda Panguana e Rady Gramane chegaram aos quartos de final, garantindo um diploma olímpico, o que representou a melhor performance do país desde os tempos áureos da lendária Lurdes Mutola. Nos Jogos de Paris, Moçambique mais uma vez brilhou, com Tiago Muxanga e Panguana mostrando sua força nas fases iniciais da competição.
Gabriel Júnior reconheceu que seu ciclo à frente da FMB está chegando ao fim, e sinalizou a necessidade de renovação na liderança, para continuação do trabalho de fortalecimento do boxe moçambicano. Sua decisão é carregada de simbolismo, refletindo tanto a humildade quanto a visão de um líder que soube guiar o esporte a alturas nunca antes alcançadas.
Enquanto Gabriel Júnior se prepara para deixar a FMB, o legado que ele construiu será lembrado como um dos períodos mais frutíferos e transformadores da história do boxe moçambicano. Sua contribuição vai além das medalhas e dos títulos; ele plantou as sementes para o futuro do boxe no país, um futuro que, sem dúvida, continuará a florescer com a base sólida que ele ajudou a construir.