A história do humorista moçambicano Tio Yado não começou no palco, nem sob os holofotes. Começou na rua, entre o cheiro intenso de peixe seco e o peso da responsabilidade precoce. Ainda menino, ao invés de carregar uma mochila rumo à escola, acompanhava o pai na venda de peixe, enfrentando a dureza da rotina comercial e o preconceito silencioso que muitas vezes acompanha os que vivem do trabalho informal.
Nascido em condições modestas, Tio Yado estudou apenas até a 4ª classe. A partir daí, como ele próprio afirma, foi a vida que lhe deu as maiores lições. Aprendeu a contar moedas, dar troco certo, negociar, sobreviver. Antes de subir aos palcos, passou por diversas frentes de trabalho: vendeu ovos cozidos, plásticos à beira da estrada, comida em bares. Nada lhe foi entregue tudo foi conquistado com esforço e resiliência.
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Foi também nesse percurso de luta que descobriu a paixão pela música e pela arte de entreter. Gravava músicas, improvisava ritmos batendo em latas, sonhando que, um dia, alguém ouviria. Na ausência de estrutura, usou a criatividade. Na falta de oportunidades, insistiu com determinação.
Hoje, o menino de origem humilde é conhecido nacionalmente como humorista e criador de conteúdos, com público fiel, presença em eventos e milhares de seguidores nas redes sociais. Mas mais do que fama, Tio Yado carrega uma história de dignidade. Nunca recorreu à desonestidade para subir na vida. Nunca precisou pisar em ninguém para conquistar espaço. Sua trajetória é marcada por autenticidade, suor e uma fé inabalável no valor do trabalho honesto.
Ao subir num palco e arrancar gargalhadas do público, ele carrega algo maior que um texto bem ensaiado: carrega o peso da sua vivência. E, muitas vezes, por trás do riso fácil que provoca, há histórias que também poderiam arrancar lágrimas. Como ele próprio diz: “Se eles soubessem de onde eu vim, iam rir… mas também iam chorar.”
A vida de Tio Yado é um testemunho de como a arte pode nascer da adversidade, e de como o humor — mesmo nascido da dor — pode ser uma ferramenta poderosa de superação, partilha e transformação social.
Hoje, ele já não vende peixe. Vende alegria. Com as palavras, com o carisma, com a verdade que carrega no peito. E é justamente isso que faz de Tio Yado não apenas um humorista, mas um símbolo de resistência e inspiração para muitos jovens moçambicanos que enfrentam, ainda hoje, os mesmos caminhos de luta.